Um beijo e um queijo / quem beijar não come / quem comer não beija / como não estou com fome / eu beijo!
Esse versinho nunca me saiu da cabeça, mas há tempos não pensava nele. Ontem ele me veio à mente, como um relâmpago, um trovão, acompanhado de uma tempestade de sentimentos indescritíveis.
Não consigo nem descrever essa tempestade, o mais próximo que consigo, talvez, seja uma dor no fundo do coração, na alma, de uma perda de quase 20 anos. Foi como se eu tivesse sentido em 20 segundos esses 20 anos de dor, de saudades, de perda, de arrependimento.
Quantas vezes eu deixei de pronunciar o último "não"! Como isso me doí até hoje.
A vida é feita de escolhas e como seria bom poder prever em longo prazo a que caminhos essas escolhas remeteriam.
Não sei se me arrependo. Graças a essa escolha ganhei da vida benesses maravilhosas.
Mas e se a escolha tivesse sido diferente, será que as benesses não seriam melhores, maiores?
Talvez a escolha tenha sido boa, correta, a melhor. Ou talvez não, nunca vou saber, ou vou, mas não nessa condição.
Ah, as escolhas ...